Karina Nappi

A tendência de alta se manteve, na mesma proporção da última elevação em abril (para 12%), e menor que os aumentos dos meses de janeiro (de 10,75% para 11,25%) e março (para 11,75%).
"Dando seguimento ao processo de ajuste gradual das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 12,25% a.a., sem viés. Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012", aponta nota do Banco Central.
Mori disse que alguns sinais de acomodação da atividade econômica começam a surgir, em decorrência do aperto na política monetária iniciado no fim do ano passado. Apesar disso, o professor acha que o BC deve continuar o processo de elevações graduais da Selic até que a inflação dê mostras consistentes de convergência para o centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5% ao ano.
Para José Góes, analista econômico da WinTrade, o governo deve continuar combatendo a inflação e subindo os juros, mas em um ritmo mais lento. "O BC deve elevar a Selic em mais 0,25 ponto percentual nas próximas duas reuniões do Copom, marcadas para julho e agosto, chegando a 12,75% a.a."
O aumento na Selic foi muito mal recebido pelos setores produtivos. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, criticou duramente a medida.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio) acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se equivocou mais uma vez ao aumentar a taxa de juros. A ação do BC pode ser considerada uma ação exageradamente conservadora.
"Isso é preocupante, pois não percebemos esforços para aumentar a eficiência da máquina pública, nem ao menos reduzir seus gastos", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomércio.
"O novo aumento da taxa básica de juros é incompatível com o cenário atual e prospectivo. Diversos indicadores recentes já evidenciam arrefecimento da economia e redução das pressões inflacionárias. Além disso, dados os efeitos defasados da política monetária, as expectativas para o crescimento econômico em 2011 estão baixando rapidamente. Nesse sentido, cabe recordar que esta é a segunda fase de um ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2010, e cujos efeitos sobre o nível de atividade se farão sentir apenas nos próximos meses", declara o Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 19 e 20 de julho. A ata da reunião será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 16.
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